domingo, 15 de junho de 2008

Ray of light - Madonna




Música:Ray of light
Artista:Madonna
Diretor:Jonas Åkerlund
Album:Ray of light
Ano:1998


Eu tava quebrando minha cabeça pra achar um clipe legal. Já foi tempo de sentar em frente a televisão e ficar horas assistindo programas de clipes, entrevistas de música e premiações do gênero. Hoje não vejo mais. Talvez seja uma bobeira de quem é da geração mtv de Sabrina Parlatore, Edgar Picolli, Astrid Fontenelle, Cris Nicolas e Marina Person, mas não consigo de jeito nenhum aderir ao tvz e a mtv... bem, na mtv ainda tem música?
Dado ao meu desligamento traumático da música televisionada – sim, traumático, porque eu sonhava com a possibilidade de ser VJ do Disk Mtv. Vai dizer que você não?- tive que apelar pra memória. Abri o baú e lembrei das velhas fitas VHS com 4 horas de clipes – todos sensacionais, na minha cabeça pré-adolescente da época - e depois de muito play-forward-pause-play, achei esse clipe, Ray of light da Madonna.
Não que os outros clipes fossem ruins, tinha de tudo. Tudo mesmo. De Claudinho e Buchecha a Nirvana. Mas quando eu vi Ray of light não pude trair meus instintos: me decidi, vai ser esse.
E daí foram horas até eu conseguir encontrar um jeito de explicar porque eu gosto tanto desse clipe , apesar de ainda achar que eu não encontrei, vamos lá: Eu me lembro que na saudosa época do Disk o que me chamava atenção era a sensação cosmopolita que eu tinha quando o via. Era uma coisa meio que tudoaomesmotempoagora que me dava uma certa vontade de dançar.
Hoje, dez anos depois, isso ainda vem à tona, embora embasado num olhar bem menos juvenil.O desfoque gerado pela gravação em velocidade baixa, a aceleração das cenas, seu tempo curto de duração e seus cortes bruscos justificam minha sensação de agitação.
E o uso de cenários urbano explica a tal “sensação cosmopolita”. O bem menos juvenil do olhar está na percepção da crítica: o óbvio ataque ao modo de vida contemporâneo.
Pronto, agora era só colocar a trabalheira que deve ter dado pro diretor gravar num monte de cidades diferentes (Nova York, Las Vegas, Londres e Los Angeles, por exemplo), a mamata da Madonna gravar um dia só, a sensação de simplicidade ( por causa do cromaqui) em oposição a todo esse esforço e citar a montueira de prêmios que esse clipe ganhou.Voi lá,estaria feita minha reação.
Era, estaria, se não fosse eu acordar para mais um detalhe: A incrível semelhança com o Koyaanisqatsi:vida fora de balanço- é aquele mesmo do trabalho da Natalie no primeiro período. Lá fui eu pesquisar.
De fato, o diretor Jonas Åkerlund, se inspirou no tal filme que, no início da década de oitenta, abria os olhos para os malefícios provocados pelo ritmo de vida moderno. A idéia da sucessão de imagens aceleradas e o uso de imagens da correria urbana para representar o caos da vida moderna vem daí.
Genial.

Agora sim,voi lá

Izabella Souza - EC5

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