Let Forever Be
Music: Chemical Brothers
Director: Michel Gondry
Sou dessas lista-maníacas que fuçam por aí toda sorte de bobagens resumidas em 5, 10 ou 100 tópicos, então, para os que como eu tiveram uma pífia cultura-MTV e andaram se encolhendo em meio aos conhecimentos videoclípticos despejados pelos seus colegas nas conversas do sujinho, fica a dica:
http://www.stylusmagazine.com/articles/weekly_article/stylus-magazines-top-100-music-videos-of-all-time.htm.
Foi aí que eu descobri o clipe, descartem de cara o discurso banda/ música da minha vida.
Desabafos à parte, Gondry dispensa apresentações e Let Forever Be, do Chemical Brothers, é um de seus clássicos. Sem dúvida o francesinho foi responsável pela elevação do videoclipe à categoria de verdadeira arte e porque não pensar hoje em uma “política dos autores” revisitada. Seu estilo inconfundível de ousada criatividade aparece em recorrentes imagens de efeitos e colagens, quase sempre em referência ao universo onírico e em contramão às tradicionais e publicitárias imagens da banda tocando.
Com Let Forever Be não foi diferente. A mistura entre realidade e sonho aparece nas passagens desta mulher entre os dois mundos, em uma perfeita associação do som psicodélico às imagens surrealistas. O jogo lúdico é marcado pela coreografia de sete dançarinas em cena, formando imagens que se assemelham a um caleidoscópio, repito, somente se assemelham, se prestarmos maior atenção, a idéia de que é um simples efeito digital no vídeo desaparece, na verdade se trata de uma representação real dele.
Gondry transpôs para a realidade uma série de efeitos especiais muito utilizados na década de 70 e este é o ponto particularmente curioso do clipe, ao retratar as visões psicodélicas que perseguem a pobre moça, ele não prioriza as técnicas computadorizadas e reproduz de maneira real o caleidoscópio e os jogos de espelho. Como isto foi feito? Na verdade o que mais definiu a minha escolha foi um Let Forever Be Making também disponível no youtube, nele Gondry explica sua preferência neste caso por pessoas e figuras reais imitando efeitos com coreografias e cenografia (pasmem, são cinqüenta imagens de despertadores e máscaras de verdade). Aí fica mais fácil imaginar a facilidade com que as sensações de real e ficção se confundem, tudo isso com um sotaque francês que é uma graça.
Camila Crespo - EC6
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