Álbum: Stripped
Música: Can´t hold us down
Ano: 2003
Diretor: David Lachapelle
Propositalmente, preferi escolher um videoclipe em que a música tivesse relação com a imagem — acredito que, dessa forma, a mensagem contida no vídeo é melhor transmitida.
A música fala da força e do papel da mulher na sociedade atual. Ela tenta fazer uma crítica à condição de histórica depreciação feminina, além de dizer que a união seria um modo de se exigir respeito e garantir uma posição social digna para a mulher.
Entretanto, algumas contradições podem ser percebidas. O contexto do vídeo é um gueto de maioria negra (caracterizado pelo estilo bem marcado do diretor: cores fortes e grande força da linguagem publicitária, identificando-se com sua exposição fotográfica “Belezas e Desastres”). A cantora é uma estrangeira nesse meio, além de trazer consigo o discurso hegemônico-elitista, uma vez que não consegue implementar sua crítica com sucesso. Lil´ Kim, também participante do vídeo, acaba reforçando tal fala, pois seu hip hop já faz parte do mercado fonográfico. Desse modo, a estética do videoclipe apresenta elementos que denunciam o fútil da mensagem, assim como o das cantoras e da música, obtendo-se uma complementariedade notável.
E o que isso tem de inovador? A própria costura do clipe critica o discurso superficial da música e o que acontece no decorrer do vídeo. É quase como se fosse uma linguagem “contra-publicitária” em relação à Christina Aguilera. Essa relação pode até não ter sido intencional, mas a forma como Lachapelle lida com o fútil, me faz acreditar no contrário.
Maíra de Assis – EC6.
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