Música: Try
Artista: Nelly Furtado
Álbum: Folklore
Ano: 2004
Diretora: Sophie Muller
Antes de Nelly Furtado se tornar uma promiscuous girl, a cantora já trabalhou com músicas bem alternativas ao cenário POP contemporâneo: Try é um exemplo disso.
Dirigido pela famosa Sophie Muller (Don't Speak, No Doubt; Song Two, Blur; Secret Smile, SemicSonic; She will be loved, Maroon 5; entre outros), o video clipe conta com uma proposta diferente.
Assim como em quase todos os seus outros vídeo-clipes, a fotografia é uma preocupação primordial. A beleza das imagens utilizadas acaba sempre nos distraindo do foco principal do vídeo: a música.
'Try' não vende a artista. E também não conta uma história onde o cantor é o protagonista ou apenas o narrador invisível. Nelly Furtado não é a mocinha, nem a vilã. E o final feliz é completamente relativo, assim como o conceito tradicional de início, meio e fim. Não é possível identificar nenhum desses três aspectos no vídeo clipe.
A intenção de Sophie Muller a meu ver é fazer com que o espectador crie a história. Ela apenas lhe entrega os personagens: descubra você a razão deles estarem ali.
As cenas não são diretamente conectadas, e a verdade é que não sabemos se realmente podemos descrevê-las como cenas e não uma seqüência de fotos sobre diversos acontecimentos aonde seu único elo de conexão são os dois personagens. Um exemplo disso é quando por diversas vezes a foto cena do homem na montanha com um touro aparece no vídeo.
Sophie Muller, quase que literalmente, lhe entrega o contexto e fica à sua responsabilidade imaginar uma bela história (ou não) para o que acontece dentro daqueles 4 minutos.
É curioso também, que ao contrário da maioria dos diretores, que ao trabalhar com um artista de origem não norte-americana, o tenta incluir ao máximo dentro daquela cultura. Sophie Muller se aproveita da origem portuguesa de Nelly Furtado e trabalha com ela no figurino e até na maquiagem, valorizando os traços marcantes do rosto da cantora usando pouca maquiagem.
Gosto também de como a diretora trabalha os movimentos da câmera alterando close up's com cenas de plano médio numa seqüência sempre muito rápida, variando de acordo com o ritmo que a música alcança, mais evidenciado no ápice frenético no final.
Gosto também dos cortes abruptos que a diretora escolheu, acho que reforça ainda mais a estética do vídeo não possuir uma linha do tempo. A iluminação também é fraca e acaba contrariando as regras de que o artista deve estar em foco, iluminado. A utilização de poucas cores reforça esse conceito.
Quem quiser saber mais sobre a diretora Sophie Muller só precisa digitar o nome dela na wikipedia.
Beijos a todos,
Juliana Tavares - EC6
2 comentários:
Gostaria de saber quem é o ator que interpreta o "amante" da cantora no clipe?
Desde já, agradeço!
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