domingo, 15 de junho de 2008
Ralando o tchan
Música: Ralando o tchan (A dança do ventre)
Artista: É o tchan
Álbum: É o tchan do Brasil
Ano: 1997
Diretora: Monique Gardenberg
Assistindo a diversos clipes que eu considero excelentes, gostava e queria falar de vários. Mas ao começar a ver outros mais peculiares, engraçados e aparentemente não tão pensados, me decidi de uma vez. É o tchan, sem dúvida. Apesar de não ter aspectos mega-inteligentes de direção ou idéias geniais, o clipe diverte a qualquer um, seja pelo “pé no bizarro”, seja pela capacidade de levar a questionamentos acerca dos objetivos da direção e da banda de axé ao criar tal material audiovisual. Por que não fazer uma produção de melhor qualidade se o grupo estava bem financeiramente em seu auge comercial?
“Ralando o tchan” ou “A dança do ventre” fala da “mistura do Brasil com o Egito”, do charme das brasileiras em dançar de maneira mais sensual, porque abrasileirada, a dança do ventre, com pitadas de axé. É esse charme que faz Alibabá ficar de olha em quase todas as partes do corpo “dela”, a brasileira que rala o tchan na dança do ventre.O videoclipe não conta nenhuma historinha para a qual a música servia apenas como trilha sonora, conforme a moda da época. O objetivo principal do grupo é apresentar ao público a coreografia da música, e, para isso, o objeto de maior freqüência na tela são os dançarinos. É a coreografia que vende o produto da banda. Sabendo dançar as músicas do tchan, ele vai a seus shows e compra seus CDs para colocar nas festas. Ninguém é voyer nos videoclipes de É o tchan – os vocalistas cantam e gestualizam simpaticamente para as câmeras, assim como as dançarinas fazem quando “rebolam o bumbum”. Eles buscam criar certa cumplicidade com quem os assiste, como se aquele vídeo fosse um show prive. Bom para os marmanjos sedentos por gostosas em danças sensuais (assim como o freqüente zoom no bumbum e no peitinho delas) e pela abundância, termo freqüente em suas músicas.
Um enquadramento perfeito e movimentos de câmera com significados não são prioridades da direção. Destaque para a atuação teatralizada e redundantes dos membros do grupo e para a parte da montagem que intercala os membros inferiores dos dançarinos e a cobra subindo. O apelo sexual da música é evidente, mais ainda quando aliada a elementos visuais. Entretanto, devemos atentar para o forte envolvimento que o grupo tinha com o público infantil. A inocência das crianças permitia diversas interpretações para trechos como “Ela fez a cobra subir” e “Cheguei no oásis ordinária, estou todo molhadinho”, entre outros. E é por isso que mestre Beto Jamaica convoca “Vambora moçada”, e faz de tudo para agradá-la ao colocar seus dançarinos indo embora num tapete mágico ao final.
“Quem vem de fora vem chegando agora, mexe a barriguinha, sem vergonha, e entre”!!!
Anna Clara Carvalho - EC6
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