A parceria Michel Gondry, diretor renomado de filmes como Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Sonhando Acordado, e Bjork sempre gerou resultados no mínimo curiosos. Declare Independence não foge do padrão. A letra da música já nos mostra um pouco o lado cultural de luta por liberdade da cantora, nascida na Islândia, ex-colônia dinamarquesa. No clipe, fios ligam o megafone de Bjork às cabeças dos soldados, fazendo-os sofrer uma espécie de lavagem cerebral pela cantora, que brada os versos da música com o intuito de propagar a necessidade de mobilização e a importância da independência como meio de salvaguardar uma cultura. Para mim, o clipe inteiro é uma ironia: a intenção real seria mostrar a lavagem cerebral sofrida pelos povos oprimidos, a qual os torna passivos no que diz respeito à sua liberdade(muito mais intelectual do que física) e à luta para conquistá-la. No decorrer do vídeo, os soldados começam a pular no ritmo da batida da música, fazendo subir uma plataforma e levantar uma bandeira branca, enquanto Bjork canta para que eles ergam suas bandeiras. Ela prega um grande não à contenção de impulsos e à aceitação da realidade atual, e Michel Gondry reforça essa postura com o forte apelo visual do clipe. É um vídeo para ser refletido, e não simplesmente absorvido. A polêmica é lançada e cabe ao espectador tirar suas conclusões. Enquanto isso, Bjork continua a transmitir sua mensagem: em março desse ano, abriu espaço para discussões sobre a libertação do Tibet, ao gritar o nome do país em um show em Xangai, na China, no meio de sua performance de Declare Independence.
Outros vídeos cogitados: Push It do Garbage, A Sorta Fairytale da Tori Amos e Coffee & TV do Blur.
Tamara Mattos - EC5
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Tamara Mattos - EC5
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