sexta-feira, 20 de junho de 2008

Acertando os detalhes

Tem duas coisas que eu queria combinar/reforçar com vocês, de modo que a gente possa aproveitar 100% do nosso tempo de aula - exibição de projetos semana que vem:

1. Na segunda-feira (23/5), a aula da EC5 (14h50 às 16h30) acontecerá na Sala da Pós (não me recordo do número, mas é aquela mesma onde a gente viu "Twin Peaks" - não se dirijam à Reitoria, portanto). Já a aula da EC6 (16h40 - 18h20) ocorrerá no local de sempre, ou seja, no Auditório da CPM. Na quarta-feira (25/5), por sua vez, a dinâmica das salas se inverte. Aí é a vez da EC5 (14h50 às 16h30) ter aula no Auditório da CPM, enquanto a EC6 (16h40 - 18h20) vai pra Sala da Pós.

2. Ao final das exibições (vamos tentar assistir à maior quantidade de projetos possível, deixando a discussão e os comentários para segunda-feira, dia 30/6 - aí, sim, de volta às nossas salas de sempre), eu vou devolver as provas, reações, etc. A nota "final" da prova é aquela que aparece como "MÉDIA" (que nem foi tão "média" assim, já q os alunos que não se auto-avaliaram tiveram a N1 - ou seja, a minha nota - mantida). Já as reações eu corrigi da seguinte maneira: foram 3 no total, cada uma valendo 1 ponto (sendo que o videoclipe entrou como bônus, tipo, postou, ganhou um ponto. quem não postou VC perdeu ponto de bobeira). Os valores aparecem perto do cabeçalho das redações, então basta somar. Quem entregou apenas duas redações, sendo uma delas a postagem do VC, teve a única reação entregue valendo 1,5.

No mais, espero vocês logo mais, na Festa da Pós. :-)
Abraços e até segunda
Tiago M.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

It´s Oh So Quiet - Bjork



It´s Oh So Quiet é um famoso cover feito por Bjork da música Blow a Fuse, de Betty Hutton. É o maior hit da carreira de Bjork, e foi, através do clipe realizado por Spike Jonze, o clipe que a colocou sob os holofotes nos Estados Unidos.

O clipe é dirigido pelo famoso cineasta Spike Jonze, responsável pelos longas Adaptação e Quero Ser Jonh Malkovich. Começa com Bjork emergindo de um banheiro extremamente sujo em um auto-shop. Ela passeia por uma rua de uma cidade americana, e vai sendo acompanhada pelos cidadãos em um número de música e dança, em um estilo imitado de musicais da Broadway. Bjork ainda realiza um pouco de sapateado.

O ritmo do vídeo corresponde ao ritmo da música – durante os momentos devagares da música, as imagens são em slow-motion, mas retornando à um ritmo mais regular e animado nas partes mais animadas da música. O vídeo termina com Bjork flutuando para o céu enquanto a cidade inteira dança ao fundo.

Due'le Quartz - Rodeo



Lavagem cerebral. Fora do ambiente comum de vídeos que contam historinhas, esse videoclipe, mostra comprimisso de nada com nada, onde os olhos não vão saber o que acompanhar, não estando acostumado. O que importa é simplesmente ouvir e ver.
O importante é passar a sensação que a banda gostaria de passar com sua música: velocidade, reflexo, não-pensamento... simplesmente sensações. Não é um vídeo que diriam que faria muito sucesso, mas o importante é a música; o videoclipe, com imagens alucinadas, serve apenas como pano de fundo para ambientar.
Não se pára dois segundos em uma mesma imagem, mesmo esta possuindo também grande importância para o entendimento. É feito vários cortes, de vários angulos, mas sempre mantendo o ambiente da cidade de Tóquio, onde o PV é filmado. Aliás, esse tipo de vídeo é muito comum no cenário musical japones, onde o caos e a loucura são sempre colocados musicalmente.
Rola o clichê da banda tocando, aliás, fingindo (o que, para mim, é essencial), mas não há ligação, nem entendimento, há a música, onde se deixa claro o objetivo: simplesmente prender a atenção do início ao fim. Mesmo, aparentemente, sem essa intenção.
Due'le Quartz é uma banda de rock, com um som híbrido, famosa do cenário underground japonês, mas não só.

Banda: Due'le Quartz
Música: Rodeo (PV)
Letra e música: miyavi e kikasa
Diretor desconhecido
Gênero: Visual Kei
Postado por Fabrício Fuzimoto

Sensual seduction



Música: Sensual Seducion
Album: Ego Trippin
Artista: Snoop Dog

Este clipe do Snoop Dog é fantástico.
A princípio quando o vi confesso que demorei um pouco a entender o seu objetivo. Indo na contramão dos clipes "convencionais" de hip-hop, ele não busca mostar casas monumentais e carros de última geração. Desde o início do clipe ele utiliza a câmera para mostar uma produção pobre. Trabalha com a super exposição da luz, imagens sem cor cortes secos e efeitos defasados.
É uma clara sátira aos clipes tidos como modernos dos anos 70/80, utilizando indumentária da época e aparelhos sonoros que acompanham a estética retrô da musica.
O clipe tem fortes referencias visuais de Zapp, Ricky James

Yuri Bravim
103111966

"No Surprises" - Radiohead

http://www.youtube.com/watch?v=qqsyXdj_p_I

O videoclipe da música “No Surprises”, da banda Radiohead é, com certeza, sem surpresas mesmo.
A música, que fala sobre uma vida monótona a que já nos acostumamos, com tranqüilidade, um emprego estável e sem emoções, uma casa legal, bonita e um governo que nada tem da nossa voz, nos embala também com sua composição linear e homogênea. E é bem essa monotonia que as imagens, um plano seqüência sem cortes, transmitem.
Acho que o grande trunfo do vídeo, o que o torna diferente, é que, em vez de mostrar cenas de uma vida sem graça, como um pai saindo para o trabalho sem dar atenção à mulher e aos filhos ou um dia corriqueiro numa grande metrópole, com seus engarrafamentos e anônimos de costume, a única coisa que se vê é o vocalista, com uma cara apática, sem expressar emoção alguma, preso numa cápsula de vidro que vai se enchendo d’água e, através da qual, pode ler a letra da música que canta, porque ela passa a sua frente (é possível vê-la ao contrário, no reflexo do vidro. Assim, a idéia da previsibilidade, de alguém que está preso num mundo em que já conhece o seu futuro, o que deverá vir, é remarcada por esse homem condicionado à sua cápsula.
Chega a ser angustiante ver a água subindo, sabendo que ele vai se afogar. Mas antes da segunda parte da música, ela escoa e ele pode voltar a respirar e a cantar (como se a vida fosse sem graça, mas conseguíssemos um novo fôlego a cada etapa, para voltar a vivê-la).
Ainda, outro ponto nessa produção é o reflexo de alguma janela ou luz no vidro, como se a imagem não tivesse sido devidamente cuidada, mas cuja função é mesmo provocar um incômodo na audiência.

Do the evolution, Pearl Jam

As imagens deste clipe ilustram a letra da música "Do the evolution". Ele conta a "história da eolução", desde o período dos organismos monocelulares até hoje. A letra é acompanhada pela imagem de forma que ao vê-lo a música se torna muito mais impactante do que quando simplesmente a ouvimos. Por exemplo, quando Eddie Vedder canta "Buying stocks on the day of the crash", o vídeo mostra pessoas caindo de janelas de um prédio, num ato de suicidio, e uma porta diz "office".

Os cortes sugestivos são muito interessantes, comparando diversos períodos da história e, assim, nos induzindo ao pensamento de que a humanidade e o mundo sempre foram e ainda são extremamente violentos e impregnados com a idéia da morte e do poder. A cara da morte no clipe é uma mulher branca de cabelos pretos que ri de todos os desastres retratados e os líderes são colocados como grandes culpados pelos horrores da sociedade.

O clipe foi dirigigo por Kevin Altieri e Todd McFarlane (respecitvamente, diretor de "Batman; the animated series" e das histórias em quadrinho "Spawn") e produzido pelo presidente da Epoch Ink animation na época, Joe Pearson, e Terry Fitzgerald, da TME. Foi escrito por Joe Pearson e Kevin Altieri, com alguns adendos de Todd McFarlane e Eddie Vedder. Em 1999 o clipe ganhou o Grammy de melhor videoclip.

Parafraseando Pedro Bial...

(e com uma horinha de tolerância)

... POSTAGEM EN-CER-RA-DA!

Nos vemos mais tarde, então.
Abs
Tiago M.

Do the evolution - Pearl Jam

http://br.youtube.com/watch?v=FoNmNmXExZ8

Música: Do the evolution
Artista: Pearl Jam
Diretores: Todd McFarlane e Kevin Altieri
Ano: 1998


A banda Pearl Jam é conhecida pela sua postura política diante do mundo, e a música que retrata isso de forma mais fiel é “Do the Evolution”. O clipe para a música, produzido por Todd MacFarlane e Kevin Altieri, e devidamente “inspecionado” pelo vocalista da banda, Eddie Vedder recebeu um Grammy de melhor clipe em short form.

O que me influenciou na escolha desse clipe foi a forma como em quatro minutos, o clipe comprime muita informação – a evolução da humanidade -, o que pode ser visto como uma das características da videoarte. Além disso, a sucessão das imagens concorda com a temática da música, mas a música não funciona como diálogo da animação. O clipe, na verdade, reforça a mensagem, a partir do momento em que mostra a evolução da humanidade, mas se prolonga no comportamento autodestrutivo do homem, que evolui, mas sua natureza primitiva e violenta permanece como que intocada até hoje. Achei interessante a configuração de uma personagem ao longo do clipe: a garota sensual assume o papel da morte, que é a representação da tentação do homem para seu comportamento autodestrutivo.

Apesar do videoclipe ter um tom de publicidade, porque funciona como promoção da banda, os artistas não aparecem em nenhum momento, o que caracteriza uma certa forma de resistência ao modelo do videoclipe apenas com funções publicitárias. O espectador se aproxima da banda, porque sabe da sua colaboração para a produção do filme, e portanto entra em contato com a filosofia da banda perante suas produções, mas, nessa produção, não se vê a venda da imagem do artista. É interessante frisar que a banda, a partir do seu penúltimo álbum, proibiu a veiculação dos seus clipes na MTV, por acreditar que o canal tem uma postura totalmente mercadológica, o que ressalta essa postura de resistência da banda.

Michael Jackson - Smooth Criminal


Artista: Michael Jackson

Música: Smooth Criminal

Álbum: Bad

Ano: 1987

Diretor: Infelizmente, não encontrei esta informação

A partir do momento em que Tiago Monteiro destrinchou o clipe que eu havia escolhido – Thriller do Michael Jackson – comecei o exercício mental de escolher uma nova peça para análise. E num momento de lazer, acabei me deparando com Smooth Criminal, que, juntamente com Thriller, segue uma linha de videoclipes na qual Michael Jackson faz referências à linguagem cinematográfica.

Desta vez, Michael incorpora um personagem que tenta sozinho se inserir na máfia. Em meio a um cenário típico dos 'anos de ouro' da máfia, uma casa de bilhar repleta de stripers, homens armados, com banda de jazz e toda uma indumentária remetente aos anos trinta. Ao ambientar o espectador nesta situação familiar a todo o gênero "máfia" presente no cinema, o videoclipe inicia certa satirização do mesmo.

Bem ao estilo Michael Jackson, o personagem vai tentar sua aceitação na gangue não realizando missões ou qualquer coisa do gênero, mas sim com o som e, principalmente, a dança. Entretanto não poderiam as faltar cenas de ação heróica do personagem. Nelas, o clipe ironiza as formas coreografadas em que estas cenas normalmente são desenroladas, acentuando o caráter fictício delas. Com uma naturalidade de quem realmente está cantando e dançando, Michael enfrenta todos os inimigos de forma exemplar, conquistando o seu espaço na gangue e no coração das mulheres. Esta linha narrativa e bem paralela ao cinema, fez com que o videoclipe fosse inserido no filme de Michael Jackson "Moonwalker" no mesmo ano.

Fora esta paródia ao gênero do cinema, "Smooth Criminal" também contêm quebras com o próprio modelo do videoclipe. Seguindo a linha de "Thriller", o clipe não se formata no modelo de três a quatro minutos a fim de promover a música, há diversas quebras com este modelo. O clipe possui mais de dez minutos e a música não está presente em todo o tempo do filme. A música não é o objeto da publicidade e sim o artista em mais uma de suas performances espetaculares, tanto é que a versão do clipe é diferente da versão veiculada nas gravações do disco.

Desta forma, "Smooth Criminal" nos mostra como a linguagem cinematográfica e a linguagem dos videoclipes estão bem próximas e que há diálogo entre elas, mesmo se configurando num formato totalmente diferenciado e característico dos videoclipes de Michael Jackson.

Sylvio Netto - EC5




VMB vai VMB vem O Rappa sempre marca forte presença. Independente do fato de ter ganhado o prêmio de melhor videoclipe e melhor direção, o videoclipe O que sobrou do Céu foi meu escolhido.

Sem novidade, a imagem e postura adotada pelo O Rappa não se desvincula do social. Este videoclipe é mais uma mostra disso. Direção foda de André Horta e Kátia Lund, ambos profissionais também ligados a projetos que buscam realizar denuncias sociais, o videoclipe foi mais um que confirma esta postura do grupo, que fez a rapa na historia dos VMBs.

Sem muitas pretensões, queria só focar na “visão” adotada duas vezes pela câmera, uma no principio e outra no final do videoclipe. A visão da inferioridade, a primeira por parte da classe alta, que para mim se faz inferior pela falta de conhecimento e engajamento na mudança do cenário de miséria social; é a visão de uma classe que desconhece por opção. A segunda por parte da classe baixa que se sente a todo momento fuzilada (literalmente ou não) por esta primeira. Destaque também para a fotografia do videoclipe, que também conquistou o prêmio máximo, responsável pela beleza do videoclipe principalmente no desfecho.

Esporros e elogios a parte, após 5 anos, vem aí o novo álbum e mais alguns prêmios no VMB.

Pelados em Santos - Mamonas Assassinas




Música: Pelados em Santos
Álbum: Mamonas Assassinas
Artista: Mamonas Assassinas
Ano: —
Diretor: —


Mamonas Assassinas. Dispensa comentários. A banda, que fez um sucesso estrondoso no ano de 1995, gravou um único CD que vendeu mais de 2,8 milhões de cópias. Foram oito meses de superexposição midiática com vários shows semanais e apresentações em programas de TV. Antes disso, a banda, que ainda não contava com o vocalista Dinho, fazia apenas apresentações de cover. Esse clipe nada mais é do que um retrato dos Mamonas Assassinas.
Assim como as roupas com que habitualmente se apresentavam nos shows e na TV, o cenário e o figurino representam a alegria e a intenção de humor dos integrantes. Isso é facilmente observado se considerarmos o uso freqüente de muitas cores, que são também contrastantes e vibrantes, e o abundante uso de acessórios. Além disso o videoclipe também mescla elementos reais com elementos de animação, conferindo ao clipe todo o clima de descontração tão característico da banda.
A aparência de desenho animado também ajuda na hora de fazer paródias, de representar com exatidão as figuras de linguagem (como “meu chuchuzinho...”) e na falta de compromisso com a representação fiel da realidade. Alias, isto não é uma preocupação e, por essa razão, os efeitos especiais não tem a menor intenção de parecerem reais, são grosseiros mesmo (como na parte em que supostos fãs do Mamonas estarias sustentando plaquinhas com o nome da banda), o que contribui para o valor do vídeo.
Ao mesmo tempo eles misturam imagens externas, preferencialmente em preto e branco, com as imagens gravadas em estúdio; elementos reais, como a própria brasília amarela, com elementos ficcionais, como a desproporcional estrada em que ela se encontra. Tudo para transparecer a irreverência e o bom humor das sátiras da música.
“Referências” ou “citações” são feitas ao longo de toda a musica, inclusive uma alusão à rede Globo logo no inicio do clipe (quando fazem uma contagem regressiva excessivamente rápida para o inicio do clipe).
Há que diga que, apesar de ser um caminho arriscado, seguir pela linha do humor irreverente na música tenha sido a grande sacada para o sucesso desses cinco meninos. Outros argumentam que eles se tornaram uma lenda, mas somente devido as seu fim trágico. O fato é: nós nunca vamos saber!

Bianca Cavalcanti – EC6

"Deixa o Verão" - Mariana Aydar


Música: Deixa o Verão
Artista: Mariana Aydar
Disco: Kavita 1
Diretor: Douglas Kuruma
Ano: 2007

Não sou telespectadora assídua de videoclipes. Então, escolher um para o trabalho começou com um tiro no escuro. Fui ao YouTube e comecei a colocar diversos nomes de artistas e bandas, a fim de achar algum clipe que me parecesse interessante. Depois de muito procurar, cheguei a uns três ou quatro, dos quais escolhi o da música “Deixa o Verão”, de Rodrigo Amarante, cantada por Mariana Aydar.

Algumas pequenas coisas me chamaram a atenção neste vídeo, e foi por elas que eu o escolhi. A começar pelo cenário, cheio de detalhes, pecinhas miúdas, tantos cuidados de composição. Tudo meio vintage, como o sofá e a banheira, – do tipo, ‘é antigo, mas é fashion e moderninho’ – e, ali, no meio da decoração retrô, um laptop, quase que denunciando esse desejo iminente de misturar antigo com novo, de ser vanguarda usando o passado, enfim, de ser o ‘como’ e o ‘o quê’ Mariana canta.

Outra “pequena coisa” que eu achei interessante foi a seqüência de imagens no lago. Em um primeiro momento, com a imagem de cabeça para baixo, ele funciona como um espelho – o quadro é cortado ao meio, e a metade de cima é o lago projetando a dança que é feita, de verdade, na metade de baixo. Depois, ele pára de agir como espelho, e, ainda com o quadro dividido, a imagem que passa a ser projetada na água não é real, no sentido de que não é ela que está presente na metade que deveria ser ‘espelhada’. O que aparece refletido é a banda, que pouco aparece no clipe, fora essas cenas no lago.

Há muitos closes em partes do corpo da cantora, como pés e rosto, talvez em uma tentativa de criar uma sutil sensualidade. Esses closes se contrapõem em recortes, seguindo o ritmo da música e dando a idéia de dinamismo.

Algumas cenas como o início do clipe – onde aparecem os pés da cantora andando sobre uma grama verde, com flores coloridas espalhadas pelo chão, e um esfumaçado branco – me deixaram com uma sensação de estar vendo quase que um conto de fadas. A começar pela frase inicial “Não tem começo...”, e reforçada pela frase final “Não tem fim...”. Há ainda tomadas onde Mariana aparece em uma banheira repleta de maçãs, com algo nas mãos de formato semelhante ao de um espelho – quase uma Branca de Neve. Sem contar que é um vídeo bastante sensorial, com muitas cores, sons de inúmeros instrumentos diferentes, água, frutas, mãos e pés... Pode não ter absolutamente nada a ver, mas fiquei com a impressão de estar vendo um conto de fadas, e isso não é uma crítica, de maneira nenhuma.

Pra terminar, o que eu achei mais fascinante foi o modo como o clipe conseguiu passar uma sofisticação e uma elegância, sendo, ao mesmo tempo, tão simples, tão leve. Bem primavera. Bem “chique à vontade”.

Micaela - EC5

Peter Gabriel - Sledgehammer



Música: Sledgehammer
Artista: Peter Gabriel
Ano: 1986
Direção: Stephen R. Johnson

Assim que soube do trabalho proposto pelo professor, a imagem deste videoclipe veio logo a minha cabeça. Lembro-me de tê-lo assistido somente uma vez na MTV há muito tempo e de ter achado genial logo de cara. Mas havia um problema sério. Não me lembrava de modo algum qual era o nome da música, muito menos do artista.

Gastei horas procurando pela net, perguntando a amigos e nada. Resolvi então partir para outra. Lembrei de um outro clipe bacana e, quando já tinha boa parte do texto escrito, Murphy atacou novamente. Ao abrir o blog da disciplina vi que um(a) infeliz acabara de postar o mesmo vídeo (nada contra).

Desgostoso e impaciente, apelei ao google: “Videoclipe inovador” -> Enter. E, veja só que ironia, eis que aparece logo no início o tão buscado videoclipe de Peter Gabriel, o excêntrico astro pop inglês da década de 80. Contada esta história sensacional e cortando rapidamente o papo furado, vamos então ao que interessa.

O clipe de “Sledgehammer” traz uma estética totalmente nova para a época que foi lançado. Um certo surrealismo norteia todo o videoclipe e o confere ares de vídeo-arte, de experimentação. Embora pareça uma grande insanidade gratuita, se repararmos com atenção cada elemento com que Peter Gabriel “contracena” dialoga de maneira extremamente criativa com a letra da música.

O mais incrivel, entretanto, é perceber que todo o vídeo foi produzido em stopmotion, técnica que até então ainda não havia sido usada. Não há qualquer espécie de manipulação digital (estamos em 86), foi tudo feito manualmente. Não consigo nem imaginar o número de imagens estáticas feitas e, sinceramente, tenho pena da pobre alma incumbida de editar esse clipe. O trabalho de sincronização deve ter sido, no mínimo, enlouquecedor. Depois disso, quem reclama em editar o projeto final?

Philippe Noguchi - EC6

Música: Dança do Quadrado

Alguns minutos depois, já refeito (mais ou menos) do susto de encontrar o clipe que analisei, já postado pela lubs (vai ter volta.), minha querida colega de classe, me proponho a discorrer acerca de um segundo.

Criado como uma grande brincadeira, ao menos aparentemente, o videoclipe da “Dança do Quadrado” é atualmente um dos mais vistos e famosos da história recente das produções audiovisuais; claro que isso foi possibilitado pelo advento tecnológico chamado youtube.com . Rompe completamente com quaisquer tipos de videoclipes já produzidos, não visando a promoção ou da música, ou da banda (seja ela qual for) muito menos de uma mensagem social (a não ser que “cada um no seu quadrado” ganhe uma dimensão mais filosófica, como uma ideologia de vida: precisamos gerir melhor nossas respectivas vidas e deixar que as dos outros se desenrolem da mesma forma...acho que não!).

Contrariando a maioria dos clipes postados, a exceção do da banda Travis, foi todo ele montado sem cortes, ficando assim, completamente suscetível a erros, como de fato acontecem quando o pobre anãozinho não consegue acompanhar o ritmo da “giratória”, mas também promove a espontaneidade, geralmente negada a esse tipo de curta.

Alguns pontos interessantes: a música procura, e consegue, dialogar com o vídeo, que forçosamente procura acatar a todos os comandos sonoros, como um “mestre mandou”, e ao mesmo tempo estabelece uma correlação com a nossa atualidade, brincando com filmes famosos como Matrix, o agora famoso jogador de futebol de seu drible Robinho, bem como a memorável cabeçada do ex-jogador de futebol, o francês, Zinedine Zidane; planejadamente, foi criado a partir de um dos ritmos mais efervescentes do cenário brasileiro.

Como notadamente não há uma história a ser contada, o vídeo se prende a estabelecer uma relação constante de reconhecimento e comicidade para com a música, através dos mais variados “passos” existentes, as caretas dos “atores”, sem falar, é claro, na inusitada vestimenta escolhida pela produção, que acho eu, não possuía lá muitos recursos para a produção do vídeo, não podendo, por tanto, se preocupar com a parte plástica do mesmo, se valendo de poucos recursos na criação dos sentidos propostos.

No mais, trata-se de um vídeo politicamente correto, promovendo a inserção de um anão na frente das câmeras, algo muito raro, diria eu, na elaboração dos videoclipes atuais.

Nota: qualquer semelhança do artista mais a direita com um aluno da ec6, é mera coincidência.

Marcelo Machado -EC6


Declare Independence - Bjork



A parceria Michel Gondry, diretor renomado de filmes como Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Sonhando Acordado, e Bjork sempre gerou resultados no mínimo curiosos. Declare Independence não foge do padrão. A letra da música já nos mostra um pouco o lado cultural de luta por liberdade da cantora, nascida na Islândia, ex-colônia dinamarquesa. No clipe, fios ligam o megafone de Bjork às cabeças dos soldados, fazendo-os sofrer uma espécie de lavagem cerebral pela cantora, que brada os versos da música com o intuito de propagar a necessidade de mobilização e a importância da independência como meio de salvaguardar uma cultura. Para mim, o clipe inteiro é uma ironia: a intenção real seria mostrar a lavagem cerebral sofrida pelos povos oprimidos, a qual os torna passivos no que diz respeito à sua liberdade(muito mais intelectual do que física) e à luta para conquistá-la. No decorrer do vídeo, os soldados começam a pular no ritmo da batida da música, fazendo subir uma plataforma e levantar uma bandeira branca, enquanto Bjork canta para que eles ergam suas bandeiras. Ela prega um grande não à contenção de impulsos e à aceitação da realidade atual, e Michel Gondry reforça essa postura com o forte apelo visual do clipe. É um vídeo para ser refletido, e não simplesmente absorvido. A polêmica é lançada e cabe ao espectador tirar suas conclusões. Enquanto isso, Bjork continua a transmitir sua mensagem: em março desse ano, abriu espaço para discussões sobre a libertação do Tibet, ao gritar o nome do país em um show em Xangai, na China, no meio de sua performance de Declare Independence.

Outros vídeos cogitados: Push It do Garbage, A Sorta Fairytale da Tori Amos e Coffee & TV do Blur.

Tamara Mattos - EC5

Musica Santeria- Sublime





Bem, após ficar indecisa entre alguns muitos clipes e de ter que descartar uns dois que já tinham sido postados aqui (acontece), resolvi investir nesse que, apesar de não ser tão famoso, possui um enredo marcante em alguns momentos, devido a história envolvida por trás dele.

A banda Sublime se originou em Long Beach, na California, e possuía uma sonoridade que remetia a vários estilos diferentes, passando por rock, reggae e ska. Formada por 3 integrantes humanos: Brad, Bud e Eric, e um mascote que era praticamente da banda também, o dálmata “Lou Dog”, ela teve sucesso mediano nos seus dois primeiros álbuns e só atingiu o auge com o lançamento de seu terceiro disco, em 1996. Infelizmente, o vocalista , Bradley Nowell, faleceu vitima de overdose de heroína, dias antes de lançar o álbum, que após um consenso do grupo e da gravadora mudou o nome de “Killin it” para “Sublime”. Em 1999 o disco chegou à marca de 4 milhões de cópias vendidas, ganhando 5 vezes o prêmio de platina.

Porem, os demais integrantes da banda, abalados com a fatalidade, decidiram não continuar a carreira após a morte de seu vocalista. O clipe Santeria foi produzido então como uma homenagem póstuma a Bradley Nowell, compositor da canção.

O clipe, dialogando com filmes do gênero de faroeste, conta de forma bem-humorada a história de um homem que teve sua donzela tomada pelo violento Sancho. Durante a sequência do videoclipe ocorrem aparições do fantasma do vocalista Bradley para seu fiel companheiro, o dálmata Lou Dog que o olha a tocar guitarra saudosamente(o efeito fantasmagórico e meio tosco,mas a cena merece créditos pela atuação do cachorro).

Vale ressaltar a esperteza desse cãozinho durante a sequência , se destacando como protagonista da historia ao ser o responsável pelo desfecho feliz da situação. Os outros integrantes da banda, portanto, ficam como meros coadjuvantes da história. Tudo isso parece ter sido elaborado de forma que homenageasse mesmo o falecido vocalista, já que seu cachorro Louie era uma de suas maiores paixões.

Acho que o clipe também foi valido por fugir um pouco do clichê que caberia em relação ao estilo e as origens californianas da banda, que não remeteriam nem um pouco a uma sequência de filmes de faroeste. Alem disso foi muito mais criativo do que uma gama de clipes dos gêneros pop e rock recorrentes na MTV daquela época.

Música: Minha Alma- A Paz que Eu Não Quero



Após cogitar alguns vídeos menos densos, e com o humor como tema principal a ser explorado (e fica aqui meu protesto por ter sido dissuadido da idéia de analisar a “dança do quadrado”), acabei por escolher um dos maiores ganhadores de prêmios nacionais, não por acaso, do “O Rappa”. “Minha Alma - a paz que eu não quero”, em sua letra, mostra claramente a indignação quanto à imposição de injustiças e a impossibilidade de se ter uma voz ativa em relação aos detentores de poder, pois “paz sem voz não é paz é medo.”.

O videoclipe da música em questão tenta dialogar com essa impotência e essa violência retratando o assassinato injusto (como se houvesse algum justificável...) do menino favelado, em tempo, pertencente à classe mais marginalizada da população brasileira. Tudo isso consoante à revolta da população.

Aparentemente, o vídeo não procura projetar a banda ou integrantes dela, mas passar adiante uma mensagem de inconformismo e de atitude contra as barbáries cometidas contra as pessoas retratadas. Os planos são geralmente filmados à altura dos olhos das crianças, pretendendo colocar o espectador como um tipo de testemunha ocular dos fatos, da história narrada. E é justamente essa sensação, de tentar nos colocar como no local da história, que penso ser a proposta diferenciada do clipe.

Rompe um pouco (ou seria totalmente?) com a preocupação plástica dos vídeos “promovedores” de bandas ou de estilos, preocupando-se em retratar a realidade, mesmo que potencializada e segmentada. Tanto isso ocorre que os diálogos são repletos de gírias e inadequações lingüísticas em relação à norma culta padrão, entretanto, mais do que pertinentes à sociedade retratada.

O premiado curta foi dirigido por Kátia Lund, Breno Silveira e Paulo Lins.



Segredos - Frejat




Música: Segredos

Artista: Frejat

Direção: Maurício Vidal, Renan de Moraes e Léo Santos

Ano: 2002


Segredos é um videoclipe produzido pelo Estúdio Conseqüencia, de grande em alguns outros trabalhos de animação divulgados pela mídia. É um videoclipe bastante premiado (já venceu o VMB da MTV, o Prêmio Multishow de Música Brasileira, arrebatou uma terceira colocação no felival Anima Mundi...).

Minha escolha não se deteve à lista de premiações e/ou indicações importantes que esta produção recebeu, mas sem dúvida foi influenciada diretamente por um gosto particular por animações e por perceber mais tarde alguns detalhes em termos linguagem presentes em seus 3 minutos e 56 segundos.

O que fica inicialmente marcado é o protagonista desenvolvido para o videoclipe: um boneco do Frejat. A narrativa vivida por ele não é explícita na música, apenas é uma representação animada das idéias e conceitos que a letra da música transmite.
Ainda tratando do boneco de Frejat, é interessante perceber que ele é o protagonista da narrativa, totalmente envolvido na trama, "sem cantar", salvo pelos momentos em que aparece deslocado deste contexto, com o violão em mãos e cantando. Isto faz uma referência aos modelos mais convencionas de videoclipes em que durante o desenrolar a banda aparece executando a música, se constituindo - forçando bastante! - em uma espécie de metalinguagem, de brincadeira com sua própria essência de videoclipe.

É também interessante notar a maneira como o formato da animação é inteiramente articulado nesta produção. Para além das características técnicas da imagem há uma aproximação em termos de conteúdo. Este clipe remete à desenhos como Pink e Cérebro ou Papa-Léguas e Coiote em que são elaborados planos mirabolantes e "infalíveis" que nunca dão certo, o mesmo paradoxo retratado no videoclipe com o boneco de Frejat sentado na escrivaninha, elaborando seus planos, os pondo em prática e "o tiro saindo pela culatra" de alguma forma.

Um humor bem leve, uma animação bem feita, indicações a prêmios, vitórias... tudo contribuindo para a promoção eficiente da música e do artista. Não há segredos!

Danielle Mourão - EC5

Minha Alma (A paz que eu não quero) - O Rappa

Música: Minha Alma (A paz que eu não quero)
Artista: O Rappa
Direção: Kátia Lund, Breno Silveira e Paulo Lins
Ano: 2000





Não à toa, O Rappa foi premiado na categoria de melhor clipe em 2000, tanto no VMB quanto no Prêmio Multishow. Além do fato de ser uma banda que, principalmente na época, estava com grande destaque, a união da música com a história do clipe teve um impacto muito positivo junto aos telespectadores de canais como a MTV. Assim como outros clipes da banda, “Minha Alma (A paz que eu não quero)” apresenta uma crítica social explícita, retratando o preconceito existente com relação aos moradores de favelas cariocas. Essa questão da crítica fica ainda mais clara pelo fato de os integrantes da banda não aparecem – com exceção de uma pequena aparição de Marcelo Yuka, como figurante. Isso demonstra que não há uma intenção direta de auto-promoção do grupo, como na grande maioria dos clipes existentes, sendo o foco direcionado realmente ao problema social.
A letra é um tanto quanto filosófica – “Às vezes eu falo com a vida, às vezes é ela quem diz” – e, dessa forma, as imagens não são uma representação da letra da música, mas sim uma pequena história, dialogando com o formato da narrativa cinematográfica. O clipe parece, na realidade, um “ensaio” pra um estilo de filme que começou, a partir de então, a ser produzido com mais freqüência, como Cidade de Deus, por exemplo – que, por sinal, foi baseado no livro de Paulo Lins e teve a co-direção de Katia Lund, ambos diretores deste videoclipe.
Além disso, circulam na internet duas versões diferentes, uma em preto e branco (versão da MTV) e outra com uma coloração meio esmaecida, demonstrando, em ambos os casos, uma opção estética realizada com o intuito de chocar ainda mais o público, afinal, esse tipo de coloração dá um tom mais melancólico às cenas. O grupo, na época, era formado por Marcelo Falcão, Alexandre Menezes, Lauro Frias e Marcelo Yuka (responsável pela letra dessa música), o qual deixou a banda em 2001 por conta de divergência de opiniões com os outros integrantes, sendo substituído por Marcelo Lobato.
“Minha Alma” é uma excelente produção audiovisual e, por conta disso, ficou entre os primeiros do Disk MTV por muito tempo, tendo o mérito de, até hoje, ser o maior vencedor em uma única edição do VMB: Escolha da Audiência, Clipe do Ano, Clipe Rock, Direção, Fotografia e Edição.


Luísa Salles Cunha – EC5

Numb - U2

Música: Numb
Artista: U2
Direção:Kevin Godley
Ano: 1993


O clipe é Numb do U2. Gosto da banda, mas não é aquela preferência pessoal. E o clipe, apesar de ter seu valor, está longe de ser o notável (alguns citados por mim mais abaixo talvez se enquadrem melhor nisso). Entretanto, tinha que escolher um e esse martelou bastante. Sua razão para estar aqui é o fato dele não ser tão famoso quanto outros da banda. E sua razão principal para estar aqui é o fato dele ser simples. Muito simples. Mas nem por isso deixar de funcionar, enquanto produto criativo e comercial (razão de existir da maioria dos videoclipes, cerrto?).




Dirigido por Kevin Godley, ele traz The Edge, guitarrista do U2, sentado numa cadeira, embaixo de uma torneira pingando e de frente pra câmera, enquanto coisas acontecem ao seu redor. Muitas coisas. Coisas bizarras e peculiares. E ele só fica lá, entorpecido (numb), com a feição séria-quase-rindo característica do The Edge (e pra quem conhece a banda minimamente, isso é metade da graça), entoando o mantra que é a canção, enquanto mulheres lhe beijam e lambem a face, pés lhe acariciam o rosto, e os demais integrantes da banda fazem suas devidas aparições. Aparentemente, e eu posso estar enganado, o videoclipe é sem cortes e isso pra mim é sempre um plus. Clipes em plano-sequência, ou plano-estático, geralmente me arrancam olhares de admiração e sorrisos de canto de boca porque me parecem exigir o mínimo de criatividade para serem idealizados e o mínimo de competência para serem executados (e abro parênteses pra Feist - 1234 (irresistível, nesse quesito) e U2 - The Sweetest Thing (cute, também do Kevin Godley)). Além disso, rola aquela relação letra/conceito do clipe.

Nada de poesia ou masturbação mental. Nada de cenários milionários e efeitos digitais "mamãe eu tenho um computador e olha o que consigo fazer". Você o assiste, acha criativo, ri (ou não) e lembra dele quando seu professor de Audiovisual II lhe pedir pra postar um clipe (tapinha nas costas, Kevin Godley).

Agora que já que viu Numb, corra e veja Jamiroquai - Virtual Insanity (como ninguém falou desse, ainda?! geração Mtv, cadê você?) e Bjork - It's Oh So Quiet (do Spike Jonze, pra sentir vontade de guardar a Bjork no bolso ). Clipes que cogitei, mas não esmiucei.

Thiago P. Jansen - EC6

Confessions Part II

Artista: Usher
Álbum: Confessions
Ano: 2004
Diretor:
Chris Robinson

A música “Confessions Part I” fala sobre a infidelidade de um homem. A música “Confessions Part II”, além da infidelidade, revela que o personagem interpretado pelo cantor Usher engravidou outra, “a quem ele mal conhecia”. Esse vídeo é simples, mas o conjunto de letra e imagens o fez um grande sucesso, pois passa claramente a realidade do homem negro americano.


O cantor Usher gravou esse vídeo como se fosse sua própria história. Na época do lançamento, houve várias especulações sobre a história contada na música de que ela se tratava de uma experiência real do próprio cantor.


O que passa essa verdade (realidade) e naturalidade é que o vídeo começa com o cantor saindo do estúdio e junto com ele está o segurança, o vídeo processe com o cantor sentado no escuro em uma cadeira, pensando. Por algumas vezes durante o clipe, o anel em sua mão é focado, em outra parte do vídeo a imaginação se mistura com a realidade quando o cantor Usher deita sobre o piano e “em sua imaginação” a atual e a amante estão deitadas uma em cada lado, na seqüência Usher esta no carro indo até sua amada contar o fato, ele se ajoelha aos seus pés, mas ela o recusa, dando um tapa e saindo em seguida. Sozinho em pé de frente para um espelho, o espelho se quebra em pedaços e ele se senta novamente na cadeira. O espelho quebrando e a imagem do cantor refletindo nos cacos é a parte mais complexa do vídeo.


A situação em que Usher se encontra no vídeo é uma situação real do cotidiano do homem negro americano, que “ama” uma mulher, mas tem várias “on the side”. O que uma coisa normal para a maioria deles. O tapa que Usher leva quando faz a confissão para sua amada, também é uma reação normal das mulheres diante da situação. Na verdade neste vídeo a reação não reproduzida de uma forma sutil, pois o “barraco” na realidade é bem pior.

A naturalidade e veracidade da situação é caracterizada no clip de uma forma simples, mas real por este motivo, rendeu ao cantor vários prêmios.

"Into the Great Wide Open"

Música: "Into the Great Wide Open"
Artista: Tom Petty and The Heartbreakers
Álbum: "Into the Great Wide Open"
Diretor: Julien Temple
Ano: 1991





O clipe da música “Into the Great Wide Open” segue uma narrativa clássica, sem grandes efeitos visuais e com bastante fidelidade à letra da música. O que não impede o diretor, Julien Temple, de dar um maior lirismo a ela.
Para isso, ele vai além do realismo que há por trás da história de um jovem que sai do interior em direção a Hollywood, buscando fama. E cria um clima de contos de fadas moderno. De fato, o próprio Tom Petty tem uma tragédia parecida com a do personagem Eddie.
A mágica do clip está em elementos incomuns que fazem referência a livros de fantasia, como a banda “Heartbreakers” em miniatura, o baterista tocando numa xícara de café e Tom Petty fantasiado de chapeleiro maluco.
Além dos personagens criados por Tom Petty, Eddie e a namorada, o vídeo desenvolve também o tatuador e a senhoria; ambos nem estão são citados na música, mas acabam ganhando um importante papel no clipe ao representar a inocência perdida de Eddie.
Outro destaque no trabalho de Julien Temple está na escalação de atores de peso como Johnny Depp e Faye Dunaway que contribuem em muito para o carisma dos personagens.
Mas o principal trunfo é que enquanto muitos videoclipes oferecem apenas imagens pirotécnicas e mais nada, "Into the Great Wide Open" promove uma simbiose entre música e imagem. Com isso, Julien Templeconsegue dar um significado mais elevado para o trabalho de "Tom Petty and The Heartbreakers", próximo a uma fábula de ascensão e queda.

Miguel - Ec-6

Bad cover version - Pulp



Música: Bad cover version

Artista: Pulp

Ano: 2002

Direção: Jarvis Cocker e Martin Wallace

“Bad cover version” é uma música da banda de rock inglesa Pulp. Mais do que pela qualidade musical – de fato, inexistente – o clipe atrai pelo humor, levando o espectador a identificar, em uma imitação grosseira, imagens e idiossincrasias de vários artistas conhecidos. Diversos sósias de personalidades da música foram reunidos em um estúdio de Londres para a gravação e a filmagem. O resultado foi um vídeo – em muitos aspectos – similar ao clipe da música “We are the world”, gravado por músicos “reais”, no projeto “USA for Africa”, em 1985.

O argumento da letra – que acompanha o estilo tosco dado propositadamente à música – gira em torno da idéia de que uma cópia nunca pode ser equiparada ao original. No início do vídeo aparece um texto breve em tom solene anunciando o “tributo a uma das mais originais e inventivas bandas de nosso tempo: Pulp”, o que já introduz a proposta do clipe. Os falsos artistas chegam ao estúdio e aparecem cantando um a um, até se juntarem em um desajeitado e triunfante coral. Entre eles, estão Paul McCartney, Kurt Cobain, Mick Jagger, Elton John, Bono e George Stewart.

O estilo de filmagem documental – cobrindo os “bastidores” da gravação, mostrando a equipe de filmagem e utilizando movimentos de câmera aparentemente improvisados – leva a uma aproximação ainda maior com clipes do gênero, o que evidencia o tom sarcástico e cômico do clipe.

Chama-me a atenção a maneira extremamente simples – e, no entanto, eficaz – encontrada para produzir o humor do vídeo. A banda se auto-engrandece de maneira evidentemente ridícula, o que acaba produzindo o efeito desejado. Para isso, bastou que se utilizasse o repertório previamente construído na mente dos espectadores. A cada sósia de um artista conhecido que surge na tela, somos atraídos, tentando reconhecê-lo e identificar seus traços característicos, explorados de maneira caricatural no vídeo. Desse modo, o clipe mantém a atenção do espectador sem precisar, para isso, lançar mão de efeitos especiais, roteiro complexo, movimentos de câmera mirabolantes ou qualquer artifício plástico e efêmero como os tão desgastados na atualidade.

Cabe acrescentar que Jarvis Cocker, um dos dois diretores do clipe, é o vocalista da banda. Ele ficou conhecido por invadir uma apresentação de Michael Jackson, em 1996, em protesto contra sua interpretação de Messias. Sua vocação para incomodar outros artistas, sem dúvida impulsionou o argumento desse vídeo.

Dear Mr President



http://www.youtube.com/watch?v=mQYHKILXD4k&feature=related





Cantora: Pink

Música: Dear Mr. President

Live in Webley Arena (2007)

Álbum: I'm not dead

A música Dear Mr. President foi escrita pela cantora Pink e por Billyman. Pink declara que a música é uma carta aberta ao atual presidente dos EUA George W. Bush. O seu clipe foi gravado em um show ao vivo em Webley Arena, durante uma turnê pela Inglaterra.
Michael Moore ataca Bush através de seus documentários polêmicos. Pink o faz através desta canção, a qual escreveu no dia de Martin Luther King em 2005, após constatar – com suas leituras diárias do New York Times – que estava desapontada ao ver que a miséria e o caos se instalavam como ônus da guerra.
Por tratar-se de uma interpretação ao vivo, o que daria os efeitos visuais após a edição seriam a diferenciação dos planos (geral da cantora e geral da platéia, conjunto, americano, close ou primeiríssimo primeiro plano) e suas seqüências. Porém, inteligentemente, foram feitas montagens na edição onde a cantora interpreta a letra e, enquanto isso, atrás dela, imagens caóticas são contrapostas às fotografias de George W. Bush sorrindo. Talvez o mais republicano de todos os americanos tivesse se revoltado com o Bush.
O conteúdo feri a imagem política e pessoal do presidente Americano. Pink é bem sarcástica ao explicar que trabalho árduo seria reconstruir as casas que as bombas americanas destruíram("Let me tell you about hard work/Rebuilding your house after the bombs took them away"). Cita a questão do homossexualismo ("What kind of father might hate his own daughter if she were gay?"), pois Bush colocou-se como conservador em sua campanha – o que é uma hipocrisia em um país onde oficialmente existem mais de 255.000 declarados. As cenas que mais comoveram e ainda comovem o mundo são as que mostram crianças sem casa, dormindo no chão, feridas e chorando, enquanto o presidente ainda mantém a sua majestade e a guerra estúpida que arruinou milhares de famílias e alojou o caos por toda a parte ("What do you feel when you see all the homeless on the street").
As mães que nunca tiveram oportunidade de dizer um verdadeiro “A Deus” aos seus filhos choram em fotografias que são seguidas de imagens da guerra e de Bush em suas declarações. Milhares de caixões cobertos com bandeiras americanas nunca exaltariam patriotismo nenhum, pelo contrário.
A imagem pessoal de Bush foi fortemente atacada quando Pink o acusa do uso de drogas ("You've come a long way from whiskey and cocaine") e pergunta se depois de toda a sua história, nada exemplar, e de todas as tragédias provocadas por sua gestão, se ele teria orgulho de se olhar no espelho ("when you look in the mirror are you proud?").
O clipe não trata somente de uma produção audiovisual para ser somente vista e ouvida. Esta obra deve ser refletida. Ela está percorrendo uma trajetória pelo mundo e foram reproduzidos vários outros trabalhos audiovisuais com a música ao fundo.
E todos vocês se olhariam no espelho e se orgulhariam de ver todas essas imagens como resultado de suas posturas?

domingo, 15 de junho de 2008

" Black or White"

http://www.youtube.com/watch?v=ZI9OYMRwN1Q&feature=related

Música: Black or White
Album: Dangerous
Diretor: John Landis
Artista: Michael Jackson


Músico,compositor, excêntrico e polêmico, não se pode negar que Michael Joseph Jackson( M.J), nascido em 29 de augusto de 1958, é um icone da musica pop mundial.
No clipe "Black or White", Michael Jackson discute as relaçoes raciais:" Não importa se Voce é Negro ou Branco". Dirigido por John Landis, foi exibido simultâneamente em 27 países, perante uma audiência estimada de 500 milhões de pessoas, tornando-se uma das estréias mais assistidas de todos os tempos.

Escolhi esse clipe por ser totalmente inovador da decada de 90, é marcado por coreografias, e se passa em varios lugares do mundo (Africa,Russia, Tainlandia, E.U.A). È importante ressaltar o posicionamento e o enquadramento das cameras,a passagem de um cenário para outro, além dos recursos tecnicos utilizados.
Em uma das cenas em que M.J está atravessando um incêndio, na verdade ele esta sob uma esteira, e a imagem do fogo foi acrescentada por programa de computador. Outra cena interessante, o astro pop aparece em cima da Estátua da Liberdade, ele está apenas a alguns metros do chão, mas o jogo de posicionamento de cameras e da profundidade de campo, cria a ilusão que ele realmente está no topo da estátua, em meio a outros pontos turisticos do mundo, composto por fotografias sobrepostas.

O clímax do clipe é o final quando um rosto japonês se transforma minunciosamente em vários outros, uma sequencia totalmente computadorizada, mostrando a diversidade e igualdade etnica e cultural a partir de uma face.
Este clipe na minha opinião é um dos melhores já produzidos, sem contestação!

Ana Paula Costa.

Stan - Eminem (Feat. Dido)

Música: Stan

Artista: Eminem (Feat. Dido)

Ano: 2001

Diretor: Phil Atwell and Dr. Dre ( André Romelle Young).


A música “Stan” pertence ao álbum “The Marchall Mathers” de Eminem e conta com a participação da cantora pop britânica Dido. Confesso que essa música não está na minha lista de favoritas, inclusive a versão sem a Dido beira o limite do insuportável. Opiniões a parte, a música originou o videoclipe a cima dirigido por Phil Atwell e Dr. Dre (codinome do produtor de rap Andre Romelle Young).

O vídeo mostra a história de Stan, um jovem obcecado por Eminem que tenta ser reconhecido pelo seu ídolo. Através de uma carta ele busca entrar em contato com o rapper, ao não obter resposta ele acaba se suicidando e matando sua namorada grávida. Stan foi interpretado pelo ator Devon Sawa, a namorada pela própria cantora Dido, além de Eminem atuar como ele mesmo.

O que me chamou mais atenção nesse clipe foi seu caráter de curta metragem, inclusive sua versão original dura quase dez minutos. A música atua como fala dos personagens, representando que os versos da canção é o que está sendo escrito na carta de Stan. Para entrar nos padrões MTV, o clipe teve cortes da versão original na parte que aparecia a namorada amarrada no porta malas do carro e quando ele diz que está dirigindo bêbado, além do corte de palavrões. O vídeo foi indicado no MTV Video Music Awards de 2001 para Clipe do Ano, Melhor Direção, Melhor Clipe Masculino e Melhor Clipe de Rap, porém apenas rendeu a Eminem mais uma polêmica. Muitas críticas foram levantadas sobre fato da namorada estar grávida e ser morta, porém acredito que esses detalhes foram fundamentais para a intenção de choque que o clipe busca causar.

O vídeo também pode ser visto como uma resposta de Eminem aos seus críticos, já que quase atua como um serviço social, mostrando ao público que não se deve levar as letras de música a sério e apontar os problemas que o fanatismo excessivo podem originar.

Natalia Lannes.

Dear Mr. President

A música Dear Mr. President foi escrita pela cantora Pink e por Billyman. Pink declara que a música é uma carta aberta ao atual presidente dos EUA George W. Bush. O seu clipe foi gravado em um show ao vivo em Webley Arena, durante uma turnê pela Inglaterra.
Michael Moore ataca Bush através de seus documentários polêmicos. Pink o faz através desta canção, a qual escreveu no dia de Martin Luther King em 2005, após constatar – com suas leituras diárias do New York Times – que estava desapontada ao ver que a miséria e o caos se instalavam como ônus da guerra.
Por tratar-se de uma interpretação ao vivo, o que daria os efeitos visuais após a edição seriam a diferenciação dos planos (geral da cantora e geral da platéia, conjunto, americano, close ou primeiríssimo primeiro plano) e suas seqüências. Porém, inteligentemente, foram feitas montagens na edição onde a cantora interpreta a letra e, enquanto isso, atrás dela, imagens caóticas são contrapostas às fotografias de George W. Bush sorrindo. Talvez o mais republicano de todos os americanos tivesse se revoltado com o Bush.
O conteúdo feri a imagem política e pessoal do presidente Americano. Pink é bem sarcástica ao explicar que trabalho árduo seria reconstruir as casas que as bombas americanas destruíram("Let me tell you about hard work/Rebuilding your house after the bombs took them away"). Cita a questão do homossexualismo ("What kind of father might hate his own daughter if she were gay?"), pois Bush colocou-se como conservador em sua campanha – o que é uma hipocrisia em um país onde oficialmente existem mais de 255.000 declarados. As cenas que mais comoveram e ainda comovem o mundo são as que mostram crianças sem casa, dormindo no chão, feridas e chorando, enquanto o presidente ainda mantém a sua majestade e a guerra estúpida que arruinou milhares de famílias e alojou o caos por toda a parte ("What do you feel when you see all the homeless on the street").
As mães que nunca tiveram oportunidade de dizer um verdadeiro “A Deus” aos seus filhos choram em fotografias que são seguidas de imagens da guerra e de Bush em suas declarações. Milhares de caixões cobertos com bandeiras americanas nunca exaltariam patriotismo nenhum, pelo contrário.
A imagem pessoal de Bush foi fortemente atacada quando Pink o acusa do uso de drogas ("You've come a long way from whiskey and cocaine") e pergunta se depois de toda a sua história, nada exemplar, e de todas as tragédias provocadas por sua gestão, se ele teria orgulho de se olhar no espelho ("when you look in the mirror are you proud?").
O clipe não trata somente de uma produção audiovisual para ser somente vista e ouvida. Esta obra deve ser refletida. Ela está percorrendo uma trajetória pelo mundo e foram reproduzidos vários outros trabalhos audiovisuais com a música ao fundo.
E todos vocês se olhariam no espelho e se orgulhariam de ver todas essas imagens como resultado de suas posturas?

DVNO - Justice

Artista: Justice

Música: DVNO

Albúm: Cross

Ano: 2007

Diretor de arte: So Me/ Machine Molle.

A pesquisa por um videoclipe inovador, que rompesse com os "padrões'', foi grande. Ví inúmeros clipes, e enfim me dicidi por um que, ao meu ver, é bem diferente. É o clipe da música DVNO, cantado pelo Justice. Este é formado pela dupla francesa Gaspard Auge e Xavier de Rosnay.
O vídeo é composto por animações que formam logos num estilo retrô, comum das décadas de 70 e 80, dialogando assim com o formato da televisão, já que esse estilo era utilizado em seriados, novelas e animações na Tv antigamente. A dupla francesa só aparece no final do videoclipe, por alguns segundos, o que já se diferencia da maioria, em que os artistas são os que mais aparecem.
O que me impressiona nesse videoclipe é como o uso criativo desses logotipos retrôs, associados às palavras cantadas na música, dão certo. Dessa forma diferente e simples, eles conseguem deixar o vídeo interessante, e atingir o objetivo principal que é divulgar a música e os artistas franceses.

Caroline Soares - EC5



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Música: Learn to fly

Artista: Foo Fighters

Ano: 2000

Álbum: There`s nothing left to lose

O clipe tem como intenção demonstrar o real significado da música para o grupo, de forma a relatar o medo de avião dos integrantes da banda que estavam constantemente viajando para a realização de shows. Em meio a essa situação, a letra da música começou a ser trabalhada e em 13 de novembro de 1999, já estava em segundo lugar nas paradas da Billboard, tal o seu sucesso. Curiosamente, a letra da música, que possui um tom mais romântico, pouco se relaciona ao enredo do clipe, que foi premiado pelo Grammy Awards de 2001 como melhor vídeo clipe do ano.
É interessante ressaltar a parte humorística do clipe, que por mais que não possa ser percebida na letra, se torna evidente pela presença do ator Jack Black, conhecido pelas comédias hollywoodianas que protagonizou. Além disso, percebe-se um determinada sátira dos músicos em relação aos seus fãs que são esteriotipados no vídeo, os quais os próprios integrantes da banda interpretam. Por ter sido produzido há pouco tempo, utiliza-se de meios técnicos avançados que em muito o aproximam a filmes, semelhança esta que também ocorre pela existência de uma estória, baseada no cotidiano dos músicos. Portanto, diante da comicidade e da sua própria relação com a realidade vivida pelos músicos, o clipe merece destaque.

Open Your Eyes - Snow Patrol


Banda: Snow Patrol
Música: Open Your Eyes
Álbum: Eyes Open
Diretor: Claude Lelouch. (diretor do filme C'était un rendez-vous)
Ano: 2006

O clip de “Open your eyes” é uma apropriação do curta-metragem “C'était un rendez-vous” do diretor Claude Lelouch. Gravado em Paris no ano de 1976 o filme trata de uma volta pela cidade francesa pela manhã. O clipe do Snow Patrol é a parte final do curta. A linguagem de um clip muito se aproxima da do curta-metragem tanto que pode haver esta apropriação. O trecho de “C'était un rendez-vous” a partir no momento em que recebe como trilha sonora a musica “Open your eyes” e passa a divulga-la torna-se um vídeo clip. Assim podemos perceber que os clips não tem uma linguagem própria que possa defini-lo com regras. Um vídeo clip tem que transmitir uma mensagem em um curto espaço de tempo e divulgar a música que lhe deu origem. Qualquer material audiovisual que se enquadre nessas características pode ser considerado um clip.
Para quem quiser ver o filme C'était un rendez-vous:

Raffaele Enrico EC5

The Prodigy - Smack my bitch up



Diferente dos outros gêneros musicais, a música eletrônica não dispõe de guitarristas e bateristas para serem mostrados todo o tempo em seus vídeos clipes, ou de lindas letras para serem combinadas com uma história envolvente em seus clipes. Ela apenas apresenta o ritmo, a batida da música, e assim como suas melodias, seus clipes, na maioria das vezes, não são convencionais.

Isso pode ser mostrado no vídeo clipe do The Prodigy, da música “Smack My Bitch Up”, que é filmado com uma câmera subjetiva, mostrando como uma parte de seus ouvintes se comportam, durante uma noite de entretenimento, claro que não necessariamente chegando aos extremos da personagem. Esse clipe foi filmado em 1997 e surpreendeu o publico e a crítica na época.

A câmera subjetiva é muito bem sucedida, passando um forte realismo ao mostrar a visão da personagem, se utilizando de acelerações do vídeo, distorção de imagem e um ângulo que passa bem a visão de 1ª pessoa. O que, também, chama grande atenção é a presença de atos ilegais no clipe, mostrados sem nenhum constrangimento, como a utilização de drogas e a prostituição, além das cenas de nudez explícitas. Isso fez até com que o clipe fosse banido da MTV, por alegação que esse influenciasse as pessoas a cometerem crimes e por apresentarem imagens impróprias para o canal.

O final do clipe é sensacional, quando mostra que a personagem mostrada era uma mulher, e não um homem, como todos pensavam, já que atos como o vandalismo, confusões, e frequentações de casas de prostituição estão mais ligadas ao sexo masculino.



Daniel Lira, turma ec5.

Air - Playground Love

Música: Playground Love
Artista: Air
Direção: Sofia e Roman Coppola
Ano: 1999




Um videoclipe tão profundamente relacionado ao filme (razão para a existência da música e da trilha sonora, aliás) tem claramente (e felizmente) características diferentes daqueles relativos somente ao(s) artista(s): serve como meio de visibilidade não só para a música e para os compositores, mas para o filme em si e, nesse caso especificamente, para a diretora - que é a mesma nos dois. O que faz a ligação explícita música-filme aqui é um elemento inusitado (artifício utilizado consideravelmente por clipes da época e posteriores), que confere ao produto final uma ternura e melancolia essenciais . Isso + os plurissignificados potenciais que cada elemento oferece é o que me faz gostar tanto do clipe - e do filme.

Logo na primeira cena de Playground Love fica claro que Coppola e Air dão um resultado muito bacana: a luz do sol por entre as folhas serve de elemento comum tanto da dupla francesa quanto da atmosfera do filme (e da diretora). Os planos seguintes logo fazem a ambientação para o espectador que ainda não assistiu "As virgens suicidas", numa matemática delicada e sutil: casas com jardins bem-cuidados + menino jogando basquete enquanto o pai mexe na churrasqueira + meninas de ar retrô passeando com o cachorro pelos mesmos gramados bem-cuidados + um carro "dos anos setenta" ao lado de um desses gramados + família rezando à mesa de jantar = subúrbio americano setentista com foco numa família conservadora, mais especialmente num componente dessa família - a garota "transgressora" (aspas porque essa palavra é muito reducionista) que masca chiclete durante o jantar (ou, para os familiarizados com o filme, Lux).

O chiclete mascado por Lux revela-se estopim de toda a engrenagem do clipe: após o olhar constrangido e reprovador da mãe, ela o tira da boca e o coloca no canto do prato (reparar na comida do prato: ervilhas, presunto e purê de batata; quer mais americano que isso?), ao que começa o vocal da música, cantado por nada mais nada menos que o tal chiclete. Que bonitinho, pensa o espectador. Lembra Coffee and TV, do Blur (os dois são contemporâneos, na verdade). O fato de a música ser cantada por um fofo chiclete de expressão blasé é a perfeita metáfora para a música e para o filme: juventude. E essa é justamente a luz e a sombra do clipe: o ponto positivo é o que acabou de ser citado, por mais bobo que pareça; a sombra é esse "por mais bobo que pareça", a possível redução de significado do filme para meramente "juvenil", o que não é, de modo algum, a verdade.

PAUSA: É claro que a pretensa tentativa de apresentar brevemente o assunto do filme gera inconvenientes, tais como limitação de significado, estereotipação de personagens e possível perda de riqueza. FIM DA PAUSA.

A apresentação de Lux segue ao mostrar seu comportamento sedutor dissimulado: ela esfrega o pé na perna do garoto (que não é da família) presente na mesa, deixando-o desorientado (mais um significado percebido somente por quem assistiu ao filme: o garoto ali sentado é um dos vizinhos narradores do filme, que se dizem fascinados pelas irmãs Lisbon e pela sua aura enigmática); vê o galã da escola, Trip Fontaine, esperando-a do lado de fora, no carro. Aí, eu diria que começa a parte 2 do clipe: Lux corre até o carro e beija Trip, presenteando-o com o Chiclete. O foco agora muda. O Chiclete canta, e então vemos Trip andando pela escola: o típico rapaz bonito idolatrado pelas meninas, de óculos escuros e pose de galã; todos o olham quando ele entra na sala. Novamente uma situação-de-tirar-o-chiclete-da-boca, a sala de aula. O Chiclete cai de debaixo da carteira e é pisado por uma garota.

Pronto. Começa então a "parte 3", que também pode ser encarada somente como "parte 2" se você contar a apresentação de Lux e Trip como uma coisa só. A garota que pisa no Chiclete é Lux, ou melhor, Kirsten Dunst, porque o clipe passa do ambiente fictício para os bastidores da gravação (não menos fictícia, mas enfim). Por um olhar cínico e desconfiado, o "trailer" do filme pára aí, e começa a "propaganda" da diretora e dos compositores. Alguma assistente tira o Chiclete do sapato de Kirsten e o coloca no que posteriormente descobrimos como o roteiro do filme. Surge então Coppola (oi, diretora), a quem é apresentada a boneca do cd da trilha sonora do filme (oi, Air). Pessoalmente, acho essa parte desnecessária; não contribui pro desenvolvimento e riqueza do clipe de forma alguma.

Então, após a parte 1 (ou partes 1 e 2) totalmente inseridas na ficção cinematográfica e seguinte à parte 2 (ou 3) da exibição dos bastidores e leve propaganda, começa a parte 3 (ou 4), a mistura das duas. Volta-se para o "roteiro" do filme, mas o espectador agora sabe que é um olhar externo: a gravação da cena do baile entre Lux e Trip. Ela tira o (outro) chiclete da boca e o coloca em cima do roteiro do filme, onde havia desde a parte 2 (ou 3) o primeiro Chiclete. A expressão deles (chicletes) aí é de satisfação e felicidade (???), como a dos seus ex-donos. O baile da escola é o lugar onde se concretizam os "playground loves"; o escape da casa repressora das irmãs Lisbon; ambiente onírico, inocente e terno. E o clipe termina aí, como inverso ou metáfora do final do filme.

Isabela Fraga, EC6.

Can´t hold us down

Cantora: Christina Agüilera & Lil´ Kim

Álbum: Stripped

Música: Can´t hold us down

Ano: 2003

Diretor: David Lachapelle

Propositalmente, preferi escolher um videoclipe em que a música tivesse relação com a imagem — acredito que, dessa forma, a mensagem contida no vídeo é melhor transmitida.

A música fala da força e do papel da mulher na sociedade atual. Ela tenta fazer uma crítica à condição de histórica depreciação feminina, além de dizer que a união seria um modo de se exigir respeito e garantir uma posição social digna para a mulher.

Entretanto, algumas contradições podem ser percebidas. O contexto do vídeo é um gueto de maioria negra (caracterizado pelo estilo bem marcado do diretor: cores fortes e grande força da linguagem publicitária, identificando-se com sua exposição fotográfica “Belezas e Desastres”). A cantora é uma estrangeira nesse meio, além de trazer consigo o discurso hegemônico-elitista, uma vez que não consegue implementar sua crítica com sucesso. Lil´ Kim, também participante do vídeo, acaba reforçando tal fala, pois seu hip hop já faz parte do mercado fonográfico. Desse modo, a estética do videoclipe apresenta elementos que denunciam o fútil da mensagem, assim como o das cantoras e da música, obtendo-se uma complementariedade notável.

E o que isso tem de inovador? A própria costura do clipe critica o discurso superficial da música e o que acontece no decorrer do vídeo. É quase como se fosse uma linguagem “contra-publicitária” em relação à Christina Aguilera. Essa relação pode até não ter sido intencional, mas a forma como Lachapelle lida com o fútil, me faz acreditar no contrário.

Maíra de Assis – EC6.

Hazard - Who Killed Mary?




Música: Who Killed Mary?
Artista: Hazard
Diretor: Desconhecido

Richard Noel Marx pode não ser muito conhecido aqui no Brasil, mas no fim dos anos 80 e início dos anos 90, Richard compôs várias baladas que fizeram sucesso nas paradas americanas. Ele foi o primeiro cantor solo a ter seus primeiros sete singles atingindo o top Five da Billboard Academy. Entre estes singles temos as músicas ‘’Right Here Waiting’’, que rendeu para Richard o Grammy de canção do ano de 1989, e a música ‘’Hazard’’, cujo clipe postei acima e que atingiu a segunda posição nas paradas da Billboard.

Nascido e criado no interior dos EUA, mais precisamente no estado de Illinois, Richard viveu sua juventude na cidade de Highland Park, que, segundo ele, é uma típica cidade do interior americano, onde qualquer novidade chama a atenção de todos e das autoridades.

Inspirado por este ambiente, Richard compôs a música ‘’Hazard’’, aos 17 anos, e posteriormente auxiliou na produção do clipe da mesma. Apesar de existir uma cidade chamada Hazard no território americano, situada no estado de Nebraska, e de Richard ter escolhido o nome Hazard pela própria atmosfera da cidade, o clipe não foi filmado lá, apenas o nome foi utilizado para entitular a canção.

‘’Hazard’’ conta a história de um garoto que, aos sete anos, chega a uma nova cidade junto de sua mãe para construir nova vida, após a perda do pai e respectivo marido. Por algum motivo os moradores de Hazard não vêem o garoto com bons olhos e o tratam com indiferença. Alguns anos depois o tal garoto cresce e se apaixona por ‘’Mary’’, que, segundo ele, foi a única pessoa na cidade que não o enxergou de maneira preconceituosa. Porém, o sherife da cidade tem ciúmes da relação de Mary com o tal homem, interpretado por Richard neste momento do clipe, e passa a suspeitar que ambos têm um caso. A trama se desenrola, Mary aparece morta e todos culpam Richard pelo ocorrido.

O clipe é filmado em preto e branco, causando certo ar sombrio e aumentando o suspense da trama. No começo do clipe temos a cena em que o sherife fotografa Mary e Richard juntos, passeando a beira do lago. A imagem que chega ao espectador é aquilo que supostamente o sherife vê olhando através de sua câmera fotográfica. Porém, logo notamos que tudo está em infra-vermelho, assim como em uma perseguição policial, explicitando que o sherife não só observa os dois, mas espera por algum vacilo de Richard, seu desafeto, da mesma maneira que um policial espera pelo deslize do criminoso para desvendar os mistérios de um caso.

É interessante notar que a letra da música e o enredo do clipe nos dão duas versões diferentes da história: Guiados simplesmente pela letra, parece que Richard é sim culpado pela morte de Mary, já que este se contradiz nos versos em que descreve os últimos passos de Mary , caminhando sozinho para nunca mais voltar , e logo depois ao falar no refrão que jura tê-la deixado sã e salva, ou seja, a primeira estância ela passou seus últimos minutos sozinha, mas na segunda versão o Richard fazia companhia a ela nos momentos derradeiros. Se nos guiarmos pelo clipe, podemos aceitar que o sherife foi o verdadeiro culpado pelo assassinato de Mary, ponto-de-vista baseado, por exemplo, na cena em que a moça foge do carro da polícia dirigido pelo sherife.

A filmagem utiliza diversos flash-backs. Enquanto Richard é argüido pelo sherife, por exemplo, ele relembra a morte do pai e vários momentos ao lado da amada. Acho interessante o fato do clipe possibilitar ao espectador tirar suas próprias conclusões quanto a questão central. Já vimos que letra e clipe geram interpretações diferentes, mas também o clipe em si gera varias possibilidades de desfecho pois este importa alguns aspectos visuais que extrapolam o campo abrangido pela letra. A cena em que Richard presencia a traição de Mary pode criar um motivo para um suposto suicídio ou também pode ser a base para um assassinato; a s cenas do sherife já descritas podem o incriminar, etc... Também gosto dos momentos em que, quando apenas se ouvem os instrumentos ao fundo, é possível acompanhar diálogos entre os personagens. Na verdade isso acontece duas vezes, uma quando Richard e seu advogado se vêem frente a frente com o sherife em seu gabinete, e outra quando, em outro flash-back, na última cena do clipe Mary fala algumas palavras para Richard.

Caio Borges - EC6

Subterranean Homesick Blues - e isso já é dizer mais que o suficiente, mas ...



Música: Subterranean Homesick Blues
Artista: Bob Dylan
Álbum: Bringing It All Back Home
Ano: 1965
Dirigido por: D. A. Pennebaker

É, eu sei. Esse filme já foi exibido em aula. Não quero parecer puxa-saco (do Bob Dylan, é claro), mas é inconcebível que nessa seleção de videos fantásticos, esse tenha ficado de fora. Por isso estou aqui, para mostrar (ou pelo menos tentar) tudo que esse video representa.

Acho melhor começar do início. O clipe na verdade é o segmento de abertura do documentário de D. A. Pennebaker "Don't Look Back" e foi um dos primeiros filmes promocionais (que podem ser considerados o embrião do que hoje conhecemos como videoclipe). Filmado em um beco próximo ao Hotel Savoy em Londres, o filme consiste em um plano fixo em que o cantor de frente para câmera mostra 64 cartazes, feitos por Dylan "himself", pelo poeta beatnik Alan Grinsberg, e pelos cantores Donovan e Bob Neuwirth (os três são apontados como amigos próximos de Dylan), que continham fragmentos da letra da música.

Utilizado como trailer do documentário, o clipe brinca de modo implícito com a falta de clareza, com as imagens estranhas que são criadas pelas palavras diversas dipostas de um modo aparentemente aleatório mas que de alguma maneira fazem mais sentido ao ver toda a postura blasé de Dylan retratada pelas piadinhas que ele faz da própria letra, da própria música e da própria postura (mas sem nunca perder o charme). A espotaneidade dos erros, a naturalidade de Grinsberg ali no cantinho conversando tranquilamente, a presença quase magnética de Dylan no primeiro plano se aliam para construir uma imagem da música, subordinando o aspetcto visual à melodia, ao ritmo, à letra da música.

É com essa atitude simples e direta, mas ao mesmo tempo revolucionária que o video se transformou em um marco na história dos clipes e influenciou filmes e clipes de bandas como Flaming Lips e Belle and Sebastian, mas, sinceramente, em certas situações o original é intuitivamente superior. Esta, meus caros, é uma dessas situações.


Débora Salles

Tom Zé - O Amor é um Rock



Música: O Amor é um Rock

Artista: Tom Zé

Álbum: Estudando o Pagode (2005)

Direção: Huilla Gomes e André Hime


Ontem, tal e qual Maomé, eu ascendi. Sempre achei a MTV uma bosta chata, sempre preferi gastar meu tempo com futilidades mais interessantes como "Onde está Wally?" -- minha cultura de videoclipe é limitada. Depois de me encafifar na escolha de um clipe, me lembrei subitamente do Tom Zé e tudo se iluminou. Filho famoso de Irará, no interior da Bahia, ele é o dono de uma das maiores criatividades que já vi. O clipe acima, dirigido pelo casal Huilla Gomes e André Hime, estudantes da PUC-SP, foi o vencedor do concurso Trama Universitária. Ele combina com a energia incomum a um septagenário, que é o caso de Tom Zé. Ele gostou tanto que até convidou a dupla para dirigir outros dois clipes.

Eu o entendo. É que o clipe faz o estilo "lavou, tá novo" e é original por isso. Pega duas formas incansavelmente repetidas de se fazer um videoclipe e faz com que tenham caras novas. A primeira delas é mostrar a letra da música, que, tradicionalmente, só serviria para que o espectador soubesse o que esta sendo cantado. Aqui é diferente: a letra tem toda a cara de poesia moderna, ela se mexe, flerta com o concretismo.

A segunda inovação é em como o cantor aparece. Fosse uma obra de velha guarda, Tom Zé apareceria como um intervalo em, por exemplo, uma narrativa. "Ó, o que é cantado tem a ver com o que é contado", seria de se supor. Não: o clipe acontece na superficie de um manual de instruções. Esse manual é "filmado" -- ênfase nas aspas, que o vídeo está mais para a animação -- em um plano-sequência, as figuras do manual são Tom Zé cantando, filmado de forma clássica.


Estudando um Pagode é um belo álbum, Tom Zé é um grande artista. Se a dupla fizesse merda bobagem, iria merecer a fogueira.

Maurício Meireles, EC5 (acho)

Ray of light - Madonna




Música:Ray of light
Artista:Madonna
Diretor:Jonas Åkerlund
Album:Ray of light
Ano:1998


Eu tava quebrando minha cabeça pra achar um clipe legal. Já foi tempo de sentar em frente a televisão e ficar horas assistindo programas de clipes, entrevistas de música e premiações do gênero. Hoje não vejo mais. Talvez seja uma bobeira de quem é da geração mtv de Sabrina Parlatore, Edgar Picolli, Astrid Fontenelle, Cris Nicolas e Marina Person, mas não consigo de jeito nenhum aderir ao tvz e a mtv... bem, na mtv ainda tem música?
Dado ao meu desligamento traumático da música televisionada – sim, traumático, porque eu sonhava com a possibilidade de ser VJ do Disk Mtv. Vai dizer que você não?- tive que apelar pra memória. Abri o baú e lembrei das velhas fitas VHS com 4 horas de clipes – todos sensacionais, na minha cabeça pré-adolescente da época - e depois de muito play-forward-pause-play, achei esse clipe, Ray of light da Madonna.
Não que os outros clipes fossem ruins, tinha de tudo. Tudo mesmo. De Claudinho e Buchecha a Nirvana. Mas quando eu vi Ray of light não pude trair meus instintos: me decidi, vai ser esse.
E daí foram horas até eu conseguir encontrar um jeito de explicar porque eu gosto tanto desse clipe , apesar de ainda achar que eu não encontrei, vamos lá: Eu me lembro que na saudosa época do Disk o que me chamava atenção era a sensação cosmopolita que eu tinha quando o via. Era uma coisa meio que tudoaomesmotempoagora que me dava uma certa vontade de dançar.
Hoje, dez anos depois, isso ainda vem à tona, embora embasado num olhar bem menos juvenil.O desfoque gerado pela gravação em velocidade baixa, a aceleração das cenas, seu tempo curto de duração e seus cortes bruscos justificam minha sensação de agitação.
E o uso de cenários urbano explica a tal “sensação cosmopolita”. O bem menos juvenil do olhar está na percepção da crítica: o óbvio ataque ao modo de vida contemporâneo.
Pronto, agora era só colocar a trabalheira que deve ter dado pro diretor gravar num monte de cidades diferentes (Nova York, Las Vegas, Londres e Los Angeles, por exemplo), a mamata da Madonna gravar um dia só, a sensação de simplicidade ( por causa do cromaqui) em oposição a todo esse esforço e citar a montueira de prêmios que esse clipe ganhou.Voi lá,estaria feita minha reação.
Era, estaria, se não fosse eu acordar para mais um detalhe: A incrível semelhança com o Koyaanisqatsi:vida fora de balanço- é aquele mesmo do trabalho da Natalie no primeiro período. Lá fui eu pesquisar.
De fato, o diretor Jonas Åkerlund, se inspirou no tal filme que, no início da década de oitenta, abria os olhos para os malefícios provocados pelo ritmo de vida moderno. A idéia da sucessão de imagens aceleradas e o uso de imagens da correria urbana para representar o caos da vida moderna vem daí.
Genial.

Agora sim,voi lá

Izabella Souza - EC5

Pontes Indestrutíveis/Charlie Brown Jr.



Música: Pontes indestrutíveis
Artista: Charlie Brown Jr.
Álbum: Ritmo, ritual e responsa
Criadores: Ludmilla Rossi e Matheus Ruas
Ano: 2007

Escolhi o videoclipe da música “Pontes indestrutíveis”, do Charlie Brown Jr., não por ser um dos meus favoritos ou por ser fã da banda e da música, mas por tê-lo achado na Internet e terem me surgido idéias para comentá-lo.
Na sua produção é usada tecnologia de animação em 3d. Obviamente isto não é determinante para o sucesso do clipe, mas o deixa mais interessante ao se juntar a outros elementos. Vale lembrar que não é uma animação comum, mas algo que lembra uma confusão, uma mistura e até mesmo sujeira. A história contada é a de um skatista que anda por vários lugares refletindo sobre os rumos da vida. Não há como não fazer analogia ao vocalista Chorão, que anda de skate e tem o mesmo estilo do personagem da animação. Além disso, no início do vídeo, aparece um rapaz que canta um verso da música para a câmera (achei legal o fato de ele não ter boca), no estilo próprio do vocalista. Fica claro que a produção busca a identificação com o público da banda e esta, por sua vez, procura vender sua música.
O clipe começa com uma cena de aves voando, que muda de colorida para preto e branco. Este é um ponto a ser destacado nas imagens: a mistura de elementos em preto e branco e coloridos. Outro aspecto interessante é a brincadeira que é feita com a letra da música no videoclipe. Ela acaba por fazer parte da imagem, como exemplo, na cena em que o rapaz liga a tv e os versos da música aparecem com suas respectivas animações, que destilam críticas por meio da delicada analogia que é possivel fazer. As caracterizações são engraçadas, como os bandidos (políticos) de Brasília. Algo que também achei interessante foi a comparação feita entre o atentado às torres gêmeas e a imagem de dois versos da música dispostos verticalmente sendo atingidos por dois aviões. São exatamente os versos “fragmentos da realidade estilo mundo cão”. Além disso, o skatista anda por entre as palavras, e enquanto isso elas são dispostas na horizontal, na vertical e na diagonal, sempre com a câmera acompanhando esses movimentos. Este é um aspecto peculiar dos videoclipes de forma geral: movimentos de câmera complexos, podem mudar de direção rapidamente.
Lembrando que o clipe valoriza a animação suja, com as próprias situações criadas também sujas, achei importante destacar a mudança de uma cena desse tipo (feia, suja) para uma colorida, agradável, bonita. É a cena em que uma mulher e um rapaz estão numa rua feia, imunda e, de repente, aparecem num campo florido. Daí, é possível fazer a relação com o verso cantado no momento em que há a mudança de cena: “eu quero ver meu povo todo evoluir também”. Desse modo, fala-se da proposta do videoclipe e da música: a evolução, a mudança para melhor em todos os sentidos.
Devo destacar aqui outra cena que me chamou a atenção: o skatista vai parar num espaço deserto e marcado pela destruição, enquanto passam rajadas de fogo em volta dele. Nesse momento, a câmera treme e realiza um movimento de 360° em torno do rapaz, aproximando-se dele gradativamente. “Difícil é entender e viver no paraíso perdido...” . Mas uma vez fica claro o esforço em relacionar as imagens verso a verso.
Quanto à linguagem desta produção, há de se relevar a ironia, presente em quase todo o clipe, ao mesmo tempo em que permite que o telespectador dê novos sentidos à letra da música, ao jogar com os versos relacionados a imagens não tão previsíveis. Há criatividade e o clipe escapa de ser apenas mais um que recorre à animação para ter certo diferencial.Este, embora se utilize desse recurso, é capaz de romper com as regras do bom desenho e ousar.

Raquel Lima de Medeiros - EC6

Taylor/Jack Johnson



Música: Taylor
Artista: Jack Johnson
Álbum: On and On
Diretor: The Malloys
Ano: 2003

O vídeo clipe de “Taylor”, música de Jack Johnson conta com a presença de Bem Stiller, famoso e badalado humorista dos EUA. Só por esse fato, já era possível esperar uma produção descontraída e próxima á comédia.
Com isso, o clipe foge completamente do sentido expressado na música e cria uma nova história. Nessa situação, a música funciona apenas como “trilha sonora” de uma narrativa que se desenrola em quatro minutos. Isso se confirma ainda mais quando os personagens aparecem dialogando em momentos em que a musica para de tocar. Aliás, o fato de a música ser interrompida para que algum diálogo aconteça (este tem um destaque impressionante para um videoclipe) é um aspecto do cinema/TV. Entretanto, o diretor traz esta técnica para um clipe, que é conhecido por dar mais importância à música e usar o vídeo apenas como complementar para a promoção do artista e o entendimento da música. Trata-se então de uma inovação na linguagem para este segmento.
No entanto, o fato que mais chama a atenção neste clipe é que ele mostra uma parte da produção que normalmente fica “atrás da câmera”. O vídeo representa a pré-produção, na qual os atores ensaiam, o diretor muda o que não está lhe agradando, dentre outras coisas. Esses acontecimentos, normalmente são cortados na edição e o vídeo final aparece linear e sem interrupções. O objetivo é, claramente, desmistificar o aspecto casual de toda a produção visual (como se tudo que aparecesse nas telas acontecesse por acaso e uma câmera estivesse filmando qualquer coisa da vida real) e apresentar o outro lado. Tanto que o clipe começa com o Ben Stiller chegando ao set de gravação, conversando com a equipe que trabalhará na produção, se apresentando ao Jack Johnson, acontecimentos que nunca apareceriam em um filme (ou um clipe) comum. Além disso, por várias vezes ele interrompe o andamento da filmagem para dar dicas ou mudar algo.
Assim, o clipe parodia e brinca com as “falsidades” de uma produção cinematográfica e faz comédia ao mostrar algo que geralmente fica disfarçado pela edição.

Lucas Cascão – EC6